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Assange elege China como maior inimigo da WikiLeaks
14 Janeiro 2011
"A China tem uma tecnologia de intercepção agressiva e sofisticada, que se interpõe entre cada leitor dentro da China e cada informação do exterior", declarou Julian Assange numa entrevista ao semanário britânico New Statesman. Por isso mesmo, o fundador da WikiLeaks elegeu a China como "inimigo tecnológico do seu site, que ele garante estar a conseguir ultrapassar as restrições impostas pelo Governo de Pequim.
"Temos estado a travar uma batalha contínua para garantir que conseguimos passar a informação e agora há todo o tipo de maneiras para os leitores chineses acederem ao nosso site", afirmou ainda Assange. Em prisão domiciliária no Reino Unido, onde aguarda a decisão sobre um pedido de extradição apresentado pela Suécia por supostos crimes sexuais, Assange criticou as tentativas dos Estados Unidos para montar uma acusação legal contra ele e contra terceiros, incluindo o soldado Bradley Manning.
O militar americano é acusado de ter passado os telegramas diplomáticos dos Estados Unidos à WikiLeaks. O fundador do site garantiu que a primeira vez que ouviu o nome de Manning foi quando apareceu na imprensa e que o soldado está a ser usado para montar um caso contra ele. "Quebrar Manning é o primeiro passo. O objectivo é claramente quebrá--lo e obrigá-lo a confessar que de alguma forma conspirou comigo para prejudicar a segurança nacional dos Estados Unidos", disse Assange ao New Statesman.
Segundo o fundador da WikiLeaks, tal conspiração não seria, contudo, possível, uma vez que "a tecnologia [do site] foi concebida desde o princípio para garantir que nunca soubéssemos as identidades das pessoas que enviassem o material. É a única forma de garantir a protecção das fontes".
Apesar destas garantias de Assange, a verdade é que a WikiLeaks já doou mais de 15 mil dólares para a defesa do soldado Manning, apesar de nas últimas semanas ter enfrentado dificuldades para movimentar as suas contas. O anúncio foi colocado no próprio site fundado pela australiano, segundo o qual a defesa do militar poderá custar até 115 mil dólares.